A cada segundo que passa, existem milhares de pessoas a
trocar e-mails e mensagens instantâneas, a conversar ao telemóvel, a gravar
programas de televisão e a ouvir música nos leitores de MP3. Estes cenários só
são possíveis, devido à evolução tecnológica e à forma como interagimos com os
meios de comunicação. Esta nova fase levou a que as antigas máquinas criadas
para fins científicos e utilizadas por investigadores, se tornassem em
utilitários com interfaces digitais apelativas.
Ao longo dos anos,
a linguagem entre o homem e a máquina tem sido caracterizada por algumas
limitações tecnológicas, principalmente com a mudança das interfaces e com o aparecimento
das primeiras experiências dinâmicas. Esta situação fez com que o utilizador
tentasse transportar essa interface para fora do ecrã do computador. A partir
daí, a interacção propriamente dita tornou-se num fenómeno social e ao mesmo
tempo subjectivo, dependente da interpretação do utilizador.
Na década de 80,
surgiu outra fase – a era digital. Estávamos perante a introdução do
reconhecimento de voz, da realidade virtual e da visualização de dados. O
resultou superou as expectativas com o aparecimento de soluções inovadoras:
softwares educacionais, ambientes interactivos de aprendizagem e de jogos,
simuladores, entre outros. É a partir desta altura que se sentiu a necessidade
de envolver diversos tipos de conhecimentos para criar um produto digital. A
integração de profissionais de áreas tão distintas como o Design, a Engenharia
Informática, a Psicologia e a Sociologia, passou a ser uma prática comum.
Já nos anos 90,
surgem outras tendências tecnológicas: a computação móvel, os infravermelhos e
os sensores, que potencializaram a criação de aplicações ainda mais atractivas
e funcionais.
Ao longo das
últimas duas décadas, os Designers foram sendo confrontados com meios de
comunicação cada vez mais integrados em contextos submersos em tecnologia. Esta
situação alterou o rumo de muitos profissionais. Os que na altura estiveram
atentos a esta mudança, rapidamente sentiram a urgência da alfabetização
computacional, que se designa por compreender os novos códigos visuais do
Design, e apostaram em competências diferentes, quer em termos profissionais e
de formação.
Actualmente,
estamos perante uma realidade diferente, a ligação entre a Engenharia
Electrónica e o Design. Em conjunto, fazem com que sejam criados novos padrões
de interacção que combinam soluções alternativas com as capacidades sensoriais
das máquinas.
Na perspectiva do
utilizador, a realidade passa por novos tipos de experiências online, como
verificar e-mails e ver as novidades do Twitter ou do Facebook no iPad;
Utilizar o telemóvel para ouvir Podcast; Fazer uma vídeo-conferência através do
Skype; Consultar notícias em RSS (Really Simple Syndication); Ouvir música
através de uma emissora Pandora (Serviço de Rádio pela Internet); E
divertir-nos com os amigos através de jogos multiplayer online.
Perante estes
cenários, o grande desafio para os Designers de hoje, e para os que ainda estão
distantes destas realidades, é apostarem em conceitos visuais puramente
dinâmicos. Como é de prever, os meios tecnológicos e os ambientes sociais vão
convergir num terreno muito fértil para profissões atípicas como o Design e as
diferentes Engenharias. O trabalho em equipas multidisciplinares nestas áreas é
fundamental, pois, só assim, é possível implementar novas soluções interactivas
e conhecer os seus utilizadores e em que circunstâncias eles manipulam a
interface e as possíveis interpretações geradas a partir de diferentes níveis
de conhecimento da máquina em si.
Como Designer, tenho de estar sempre atenta, esteja onde
estiver, e a ligação ao mundo é imprescindível. Na óptica de quem prepara
futuros Designers, alerto para a necessidade urgente da alfabetização digital,
reconhecendo que, por outro lado, existe vontade em criar competências focadas
no conhecimento tecnológico. Intuitivamente, a nossa forma de comunicar e
interagir com as máquinas, irá potencializar no nosso país disciplinas de
estudos recentes, como por exemplo o Design de Interfaces. Em suma, as novas
tecnologias são as ferram.
No comments:
Post a Comment